Conhecimento escolar

05/06/2018

Sobre conhecimento escolar, sobre a perspectiva de Lopes (1997) algumas questões devem ser exploradas do campo do ensino de história para romper com o autoritarismo dos saberes considerados dominantes, únicos e válidos. Entre eles os:

a) Objetivos entre conhecimento científico e escolar: O conhecimento científico marcado pelas construções de novos conhecimentos e busca pelo desconhecido e alinhamento ao que já é sabido. Já, a comunidade escolar trabalha com aceitação prévia de conhecimentos, tendo por objetivo torna-lo ensinável, acessível ao nível de compreensão do estudante, ocorrendo a (re)construção de saberes. A partir desta perspectiva de protagonismo e produção de conhecimentos por parte das/os professoras/es que o material está sendo elaborado, pois as possibilidades e variações de aulas podem ser múltiplas, já que cabe a estas/es profissionais adaptar, reorganizar e planejar de acordo com seus interesses e objetivos que culminariam em novos conhecimentos e abordagens metodológicas.

b) sendo necessário trazer sentido de saber e cultura abordados na perspectiva de Lopes (1997). Definindo o saber como conhecimento plural e multifacetado, não estão apenas nas academias e centros de pesquisa, mas nos movimentos políticos organizados, em nossas ações cotidianas. E a cultura sob a perspectiva da pluralidade como forma de combate a tendência dominante de uniformizar as diferenças culturais, constituindo hierarquias culturais (cultura culta e cultura popular), porque diferentes saberes possuem contextos no qual atuam.  Mas, deve-se considerar as disputas e ocultamentos que surgem no interior desta convivência entre as culturas.

c) Aceitar a cultura escolar como campo de disputas pode desencadear discussões e possibilidades de questionamento das múltiplas culturas, pois estão presentes nestas culturas influencias, interesses de pluralismo cultural. Assim, nesta perspectiva de cultura, o questionamento expõe a existência de um conhecimento historicamente construído, universal, sistematizado, dominante, e que deve ser ensinado a todos, indistintamente. Pois, todo processo de seleção passa de senso comum, conhecimento de massas. Todo processo de seleção cultural é, em verdade, um processo construtor de uma tradição, ao construir o que é considerado universal. Nesse processo muitos conhecimentos são excluídos e outros são privilegiados na organização do currículo, sem que, necessariamente, sirvam aos interesses da maioria da população. (LOPES, 1997, p. 48)

Bibliografia:

LOPES, Alice Casimiro. Conhecimento escolar: inter-relações com conhecimentos científicos e cotidianos. Contexto e Educação. Ijuí - RS, no. 45, jan/mar. 1997, p. 40-59.

Contato: vivianedmoreira@hotmail.com 
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