Conhecimento escolar
Sobre conhecimento escolar, sobre a perspectiva de Lopes (1997) algumas questões devem ser exploradas do campo do ensino de história para romper com o autoritarismo dos saberes considerados dominantes, únicos e válidos. Entre eles os:
a) Objetivos entre conhecimento científico e escolar: O conhecimento científico marcado pelas construções de novos conhecimentos e busca pelo desconhecido e alinhamento ao que já é sabido. Já, a comunidade escolar trabalha com aceitação prévia de conhecimentos, tendo por objetivo torna-lo ensinável, acessível ao nível de compreensão do estudante, ocorrendo a (re)construção de saberes. A partir desta perspectiva de protagonismo e produção de conhecimentos por parte das/os professoras/es que o material está sendo elaborado, pois as possibilidades e variações de aulas podem ser múltiplas, já que cabe a estas/es profissionais adaptar, reorganizar e planejar de acordo com seus interesses e objetivos que culminariam em novos conhecimentos e abordagens metodológicas.
b) sendo necessário trazer sentido de saber e cultura abordados na perspectiva de Lopes (1997). Definindo o saber como conhecimento plural e multifacetado, não estão apenas nas academias e centros de pesquisa, mas nos movimentos políticos organizados, em nossas ações cotidianas. E a cultura sob a perspectiva da pluralidade como forma de combate a tendência dominante de uniformizar as diferenças culturais, constituindo hierarquias culturais (cultura culta e cultura popular), porque diferentes saberes possuem contextos no qual atuam. Mas, deve-se considerar as disputas e ocultamentos que surgem no interior desta convivência entre as culturas.
c) Aceitar a cultura escolar como campo de disputas
pode desencadear discussões e possibilidades de questionamento das múltiplas
culturas, pois estão presentes nestas culturas influencias, interesses de
pluralismo cultural. Assim, nesta perspectiva de cultura, o questionamento
expõe a existência de um conhecimento historicamente construído, universal,
sistematizado, dominante, e que deve ser ensinado a todos,
indistintamente. Pois, todo processo de
seleção passa de senso comum, conhecimento de massas. Todo processo de seleção
cultural é, em verdade, um processo construtor de uma tradição, ao construir o
que é considerado universal. Nesse processo muitos conhecimentos são excluídos
e outros são privilegiados na organização do currículo, sem que,
necessariamente, sirvam aos interesses da maioria da população. (LOPES, 1997,
p. 48)
Bibliografia:
LOPES, Alice Casimiro. Conhecimento escolar: inter-relações com conhecimentos científicos e cotidianos. Contexto e Educação. Ijuí - RS, no. 45, jan/mar. 1997, p. 40-59.