Lourença Correia
Lourença,
moradora da cidade do Rio de Janeiro era escravizada e explorada
sexualmente pelo sargento-mor Antônio de Figueira e Almeida, de quem
também era concubina. Devido a esta ligação, era severamente castigada
pela esposa de seu senhor, Isabel, que insistia para que o marido
promovesse logo o casamento de Lourença com algum negro da casa. Em
1739, Lourença uniu-se ao negro Pedro Benguela, cativo do mesmo
sargento. Ao que tudo indica, Lourença continuou amante de seu senhor,
não se livrando das perseguições e castigos de Isabel. Fugiu para São
João do Meriti (RJ), onde se casou com um escravizado chamado Amaro.
Acusada de bigamia, foi presa pelo Santo Ofício em 1745. Defendeu-se,
sem obter sucesso, junto ao inquisidor com o argumento de que sua
primeira união se dera unicamente pela vontade de Isabel. Foi condenada
ao exílio na Angola.
Fonte: SCUMAHER, Schuma; BRAZIL, Erico Vital. Dicionário Mulheres. Rio de Janeiro: Zahar, 2000. pp. 536