Simbolismos entre as mulheres e a natureza
O corpo da mulher e suas funções parecem a colocar mais próxima da natureza, por condena-la a reprodução da vida criando seres perecíveis, enquanto eles criam objetos duradouros (ORTNER, 1979,
p.105). Posiciona papeis sociais que são considerados inferiores ao dos homens, pois as funções fisiológicas femininas tendem a confiná-las universalmente a certos contextos sociais familiares e domésticos motivado por seu processo de lactação. A relação entre a mãe e o filho é vista como um elo natural, de acordo com as razões culturais mães e filhos se pertencem. (ORTNER, 1979,
p. 107). O público e o privado, sendo que o doméstico privado é sempre dominado pelo público, com leis - sociedade - cria uma lógica de superioridade a unidade domestica. (ORTNER, 1979,
p. 108). "Em primeiro lugar deve-se enfatizar que a mulher alimenta e cuida das crianças não só numa operação de vigilância, mas como o primeiro agente de suas precoce socialização. é dela que se transforma o recém -nascidos, a seres culturais, ensinando-os maneiras e meios adequados de comportamento, a fim de torna-los membros maduros na cultura" (ORTNER, 1979, p.109). Já, que a mulher deve estar no lar com o filho, é conveniente que desempenhe o trabalho doméstico.
E também os papeis tradicionais femininos impostos por seu corpo e suas funções, lhe dariam uma estrutura psíquica diferente mais próxima da natureza. A emotividade e a irracionalidade, com a subjetividade feminina versus a objetividade masculina.
Estes aspectos estão incluídos em uma sociedade que tem por parâmetro a superioridade e a inferioridade, ou no caso como estamos analisando explicações que preveem como lugar mais próximo da mulher a natureza e para os homens a cultura e a civilidade.
Referência:
ORTNER, Sherry. Está a mulher para o homem assim como a natureza para a cultura?. In: A Mulher, a cultura e a sociedade. ROSALDO, Michelle Zimbalist; LAMPHERE, Louise. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979.